Esta imagem obtida pelo NIRCam (Near-Infrared Camera) e MIRI (Mid-Infrared Instrument) do Telescópio Espacial James Webb da NASA revela novos detalhes na luz infravermelha. O remanescente da supernova é composto por vários componentes diferentes, incluindo enxofre duplamente ionizado (representado em vermelho-laranja), ferro ionizado (azul), poeira (amarelo-branco e verde) e emissão síncrotron (branco). Nesta imagem, as cores foram atribuídas a diferentes filtros do NIRCam e MIRI de Webb: azul (F162M), azul claro (F480M), ciano (F560W), verde (F1130W), laranja (F1800W) e vermelho (F2100W).: Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI, T. Temim (Universidade de Princeton).

Por Danielle Cassita – Editado por Patrícia Gnipper

O telescópio James Webb observou a Nebulosa do Caranguejo, um remanescente de supernova. A nova foto revela componentes da sua estrutura, e pode ajudar os cientistas a entenderem melhor as origens deste remanescente e o comportamento de outros objetos do tipo.

A nova foto foi feita com dados dos instrumentos NIRCam e MIRI, que produziram um mapa completo da poeira e sua distribuição na Nebulosa do Caranguejo. As novas observações no infravermelho mostram detalhadamente as estruturas internas dela.

Esta imagem destaca as emissões da chamada radiação síncroton, visíveis como estruturas esfumaçadas no interior da nebulosa. Elas são formadas pelo pulsar (uma estrela de nêutrons que gira rapidamente) no interior dela — para encontrá-lo na foto, procure as estruturas que formam um padrão circular no centro da nebulosa.

Os campos magnéticos do pulsar são extremamente fortes, e aceleraram tanto as partículas ali que elas emitem radiação síncroton. Apesar de esta luz ser emitida em uma grande extensão do espectro eletromagnético, ela se torna mais vibrante quando é observada no infravermelho.

No interior da nebulosa, há filamentos esbranquiçados e alaranjados formando estruturas em formato de arco, que representam áreas onde há partículas de poeira em formação. Apesar de os astrônomos já saberem que havia poeira ali, a sensibilidade do James Webb é tamanha que revelou pela primeira vez a distribuição de onde a poeira se está e como evoluiu.

A Nebulosa do Caranguejo

Em 1054, astrônomos chineses observaram o que chamaram de “estrela convidada”, que permaneceu visível durante o dia e a noite por cerca de um mês. Como você deve ter suspeitado, tal estrela era, na verdade, a explosão de uma supernova. Seus remanescentes formaram o que chamamos hoje de Nebulosa do Caranguejo.

Localizada a 6.500 anos-luz da Terra na constelação Taurus, o Touro, a Nebulosa do Caranguejo pode ser observada com instrumentos pequenos. Ela já foi estudada por diferentes telescópios — um deles é o Hubble, que já capturou uma série de imagens dela.

Comparação entre fotos da Nebulosa do Caranguejo feitas pelo teescópio Hubble (esquerda) e pelo James Webb (direita) (Imagem: Reprodução/NASA, ESA, J. Hester, A. Loll (Arizona State University); Webb Image: NASA, ESA, CSA, STScI, T. Temim (Princeton University)

Enquanto investigam o passado desta nebulosa, os astrônomos vão analisar os novos dados do Webb e consultar observações anteriores dela. O Hubble vai realizar novas observações deste remanescente quase 20 anos depois daquelas feitas antes, coletando dados que podem ser comparados àqueles do Webb. Desta forma, os astrônomos podem investigar a origem dela, as características da explosão e sua composição.

FONTE: NASAESA via Canaltech