Imagem: NASA

Por Danielle Cassita – Editado por Patrícia Gnipper

Já se perguntou como seria cair pelas nuvens de Urano e Netuno, os gigantes gelados do Sistema Solar? Para descobrir, cientistas recriaram as condições destes mundos em simulações no túnel de vento 76 Stalker, o mais potente da Europa. Os resultados obtidos vão ajudar a NASA e outras agências espaciais a desenvolverem missões para estes mundos distantes.

Por enquanto, nenhuma sonda foi enviada para mergulhar em Urano e Netuno. Assim, para descobrir quais seriam as condições encontradas por lá, cientistas simularam uma descida de uma sonda pela atmosfera dos dois planetas.

Os testes foram realizados no T6 Stalker, túnel capaz de gerar ventos a até 20 km/s. As instalações ali simulam as dinâmicas dos gases aerotermodinâmicos, permitindo investigações do comportamento do calor em ambientes com metano e outros compostos.

Animação dos testes no túnel de plasma hipersônico T6 Stalker (Imagem: Reprodução/University of Stuttgart’s High Enthalpy Flow Diagnostics Group)

Durante as simulações, os cientistas investigaram as condições (fluxos de calor, aquecimento por convecção, entre outras) que seriam enfrentadas durante a descida pela atmosfera. Até o momento, os testes simularam velocidades de 19 km/s, mas a equipe espera que análises futuras simulem velocidades de 24 km/s, que seria aquela necessária para uma sonda entrar na órbita desses planetas.

“O desafio é que qualquer sonda ficaria sujeita a altas pressões e temperaturas, e portanto, iria precisar de um sistema de proteção térmica de alta performance para resistir à entrada atmosférica por um período útil”, explicou Louis Walpot, engenheiro da Agência Espacial Europeia.

Planetas gelados do Sistema Solar

Urano e Netuno são os mundos mais distantes do Sol em nossa vizinhança, e por isso, não são tão bem compreendidos como outros planetas. Mesmo assim, já sabemos que eles têm grandes quantidades de elementos pesados e níveis significativos de metano.

O envio de sondas para estudá-los poderia proporcionar informações valiosas sobre suas características. Missões do tipo estão nos planos da NASA e da Agência Europeia: o Levantamento da Década de Ciências Planetárias de 2023 a 2032 e o programa Voyage 2050 recomendaram visitas aos planetas mais distantes em nosso sistema.

FONTE: ESA via Canaltech